Imagine o corpo como um castelo bem protegido, com seus órgãos essenciais guardados dentro. Essa proteção é garantida por uma parede resistente, formada por pele, músculos e ossos. No entanto, em alguns casos, essa muralha pode enfraquecer, criando uma brecha perigosa.
A hérnia inguinal é como uma rachadura que se forma no abdômen, abrindo caminho para o surgimento de problemas. Ela afeta principalmente praticantes de musculação, que, por seu esforço físico intenso, acabam revelando essa vulnerabilidade. E se não tratada a tempo, pode se tornar uma ameaça mortal, levando a infecções generalizadas.
Essa brecha, conhecida como canal inguinal, era uma passagem que servia aos testículos em seu desenvolvimento inicial no útero. Quando o processo se conclui, os músculos deveriam fechar esse canal. No entanto, em algumas pessoas, essa proteção pode ser mais frágil, predispondo-as a lesões e problemas.
Existem dois tipos de hérnia inguinal: direta e indireta. A direta ocorre devido ao enfraquecimento natural da parede do canal inguinal, geralmente com o avanço da idade. Já a indireta ocorre quando o conteúdo abdominal escorrega por um ponto mais frágil, chamado de anel herniário.
Os sintomas dessa condição incluem dor na região, que se agrava com esforços como tosse, exercícios ou evacuação, além de abaulamento abdominal, como se caroços se formassem na virilha. É essencial procurar um médico ao sentir qualquer dor na região para evitar complicações.
Praticantes de musculação estão mais suscetíveis a desenvolver hérnia inguinal devido ao esforço intenso e repetitivo que colocam sobre o corpo. Exercícios como agachamento e isométricos podem pressionar demais a região abdominal, levando ao surgimento da hérnia. Atletas de corrida de longa distância, como maratonistas, também correm esse risco devido à pressão abdominal aumentada durante a atividade.
Além dos exercícios, outros fatores podem contribuir para o problema, como o consumo excessivo de álcool, o tabagismo e a obesidade, que aumentam a pressão na região abdominal. Portanto, é importante adotar um estilo de vida saudável, com exercícios moderados, alimentação equilibrada e acompanhamento médico regular, para prevenir a hérnia inguinal.
O tratamento mais comum é a cirurgia de herniorrafia, na qual o conteúdo herniário é reposicionado dentro da cavidade abdominal e o defeito no canal inguinal é corrigido com pontos. No entanto, é importante destacar que alguns relatos mostram complicações no pós-operatório, principalmente quando os tecidos já estão fragilizados e doentes, o que pode levar ao surgimento de novas hérnias.
Dr. Nemer Hajar CRM- Pr 11.286